Para que os leitores não reclamem que, além de praticamente não publicar nada, nunca mais apareceu um poema que preste por aqui, vai publicado abaixo o último que escrevi, em raro estado de inspiração, no caminho de casa até o foro, após o almoço, na segunda-feira:
Semi-Soneto da Paixão Escrita
“Escrever é um ofício solitário”.
É como fazer sexo consigo mesmo!
Há os que exageram no tom masturbatório
E jogam aos olhos dos leitores
Toda uma porra xaroposa e exasperante,
Qual lenga-lenga de cornudo bêbado.
E também há os meros sonhadores
Que se comprazem na contemplação
E nos envolvem na própria fantasia
Até o limiar de deleites absurdos
Para depois “se acabar” num nada seco!
Mas há, são raros e inconformados,
Quem saiba transformar o fogo que arde
Nas suas entranhas mentais em plena arte
E nos fazer explodir, abestalhados,
Ante a surpresa do simultaneamente
Belo, simples e profundo,
No tom dos gritos de um êxtase poético
De musa lúbrica, gostosa e apaixonada.
Gravataí, 24 de agosto de 2009
Ubirajara Passos