Um amor informal


Na sexta-feira, depois do expediente, saiu-me, em meio a pasmaceira de uma semana de muito trabalho, o poeminha que segue, que embora não tenha condições sequer de se qualificar como literatura, aqui vai publicado para sacudir a poeira deste melancólico e abandonado blog:

Um amor informal

Encontravam-se fortuitamente.
E, em cada breve instante em que se viam,
Não havia mundo, nem tempo.
A eternidade
De um segundo lotava o universo.

Não se tocavam. As declarações
Ou promessas eloquentes não haviam.

Eram sorrisos, diálogos banais.
Nada aparente que pudesse denunciar
A intimidade que fluía, natural,
Sem protocolos nem expectativas.

Mas, sem exigências, nem imposições,
Eram velhos parceiros de há pouco conhecidos
E o comezinho, o verdadeiro paraíso.

Gravataí, 20 de novembro de 2015

Ubirajara Passos