O BRASIL FASCISTA DO LULA


 

O que distingue o fascismo dos demais sistemas políticos autoritários é que, enquanto as ditaduras capitalistas tradicionais se contentam em monopolizar o poder, mantendo o povo calado e subjugado sob as patas de seus patrões (ou “donos”) respectivos, e garantir a continuidade da dominação de classes, os fascistas pretendem regulamentar, vigiar, fiscalizar e manter sob estrito controle cada aspecto da vida de seus “súditos”. Não lhes basta que os corpos retorcidos, famintos e mal-tratados dos trabalhadores sirvam ao doentio fausto e ao luxo fútil dos senhores, mourejando de sol a sol na produção dos meios para a vadiagem chique, em troca de migalhas.

Perfeita, estranha e dialética síntese do cristianismo salvacionista teocrático e fanático (que já teve seus tempos dourados na Companhia de Jesus e andou “incorporando”, ainda que com algum arejamento, nos padres da teologia da libertação) e do marxismo “científico”, determinista, estatista e autoritário, o fascismo acalenta, com o mais doloroso e intenso enlevo, o dia em que os homens não serão apenas escravos assalariados, envoltos na precária situação de dominados por estarem impregnados do servilismo e da covardia milenares, ou por se iludirem na possibilidade de, pisando as cabeças de seus companheiros, a serviço da classe burguesa, compartilharem do privilégio de seus dominadores (ainda que no campo imaginário do “status” que garante o tênis Nike ou o celular de último tipo) .

O fascista quer mais! Ele almeja o gozo supremo (e se esporra todo só de imaginar) de ver a multidão de desgraçados profundamente impregnada de sua cartilha, não apenas sendo obediente às determinações e regras do sistema, mas o apoiando ativa e sinceramente. O paraíso dos Hitleres e Mussolinis é aquele em que cada vagabundo ou puxador de fumo da esquina, que seja, se empenhe por livre, espontânea e tesuda vontade em vigiar as atitudes do vizinho, puni-lo ou denunciá-lo às supremas autoridades (as “mães” severas do sistema) caso esteja usando o penico de “maneira errada”, o que pode acarretar a desgraça coletiva da classe e da nação.

O caráter totalitário do fascismo (tanto o capitalista assumido, quanto o vermelho) é sub-produto da própria sociedade de classes (para cuja existência se faz necessária a existência da “autoridade” e a supressão, mais ou menos majoritária, da liberdade) e representa o ânimo profundo de milênios de repressão ao prazer e de sadismo sofisticado dos dominadores. E não por acaso surgiu no campo fértil da pequena burguesia, a camada de peões tradicionalmente encarregada do papel de feitor ou “formatador” da mentalidade de seus irmãos escravizados, que para tanto goza de melhores condições materiais do que estes (ou seja, é provida de migalhas maiores do resultado do trabalho humano, pela burguesia). E justamente na pequena burguesia “marxista”.

Mussolini no auge do poderMussolini era filho de operários, foi ele também peão, e passou fome na infância. Mas seu pendor demagogo e vaidoso, seu sentido abastardado de revolução ou reforma do mundo o levaram a se destacar no Partido Socialista Italiano, a ponto de se tornar o redator-chefe de seu jornal, o “Avanti”, para depois se tornar o pai do fascismo (a peste emocional politicamente organizada). E com ele se plasmaram as características clássicas do regime: culto à personalidade do chefe, envolvimento voluntário das massas, com ênfase na doação do indivíduo ao “coletivo” (que no seu caso não é a classe trabalhadora, mas a pretensa “nação” e as diferentes “corporações” profissionais), ditadura do “partido único” (pois não basta o ditador pairar acima do Estado, é preciso que os defensores do regime estejam organizados e presentes em tudo, através de seu clube político específico) e apelo à mídia massificante (que foi aperfeiçoada por Hitler e, mais tarde, pelos yankees pretensamente “democráticos”).

E, como receita subjacente e fundamental, sua cartilha se nutria, sobretudo, do “respeito” à tradição e aos “costumes” da velha moral patriarcal, o que mantinha os italianos dóceis aos privilégios da classe rica e, ao mesmo tempo, iludidos na suposição de participarem de uma pretensa revolução moderna, anti-capitalista e anti-comunista e defensora da “nação”, da “família” e seus “valores”. Enquanto os camisas negras suavam na vigilância mais estrita aos pândegos e comunistas do bairro (é hilário, mas a ditadura de 1964, liderada em boa parte por ex-integralistas, os “fascistas tupiniquins”, na sua histeria paranóica, também misturava, no discurso, comunistas e produtores de pornografia!), os banqueiros italianos curtiam a “gandaia” da “gente de bem”!

Em 1945, entretanto, na onda do avanço aliado sobre a Europa nazi-fascista, os “partigiani” (os guerrilheiros socialistas e anti-fascistas da “resistência” italiana) foram à forra e tiveram o prazer de enforcar o “Benito” e sua amante de cabeça para baixo, em praça pública, e treinar chutes de gol com sua ilustre cabeça.

O problema, porém, é que, conforme a clássica frase de Karl Marx, a história está se repetindo no Brasil, não como farsa (a hipótese mais comum), mas como tragédia.

O governo de um “ex-operário”, eleito em nome da pretensa redenção da peonada (mas cujo discurso partidário se esmerava, há mais de dez anos no pior moralismo beato, sob o apelido grandiloqüente de “ética”), mantém a grande maioria do povo acomodada pela esmola oficial (da “bolsa- família” às burocráticas “farmácias populares”, que são antes escritórios de demagogia que farmácias), pelo  ativismo “coletivista” e pretensamente revolucionário de seus agentes (os petistas, que aparelharam cada associação bairro ou sindicato deste país, com raras exceções). E simultaneamente prepara as “reformas” que deverão aprofundar ainda as  mais possbilidades da sanha da burguesia local e multinacional de enfiar suas garras sobre nós, até extrair a última gota de sangue e suor dos trabalhadores brasileiros, para maior honra e glória do pederasta enrustido George Bush, das orgias cocainadas de seríssimos “empresários” americanos e europeus e seus lacaios brasileiros!

Tudo isto, fundado no mais perfeito esquema de condicionamento psicológico do povão, oferecido pela mídia da quarta maior rede de televisão do mundo (a testa de ferro Rede Globo – nome por que atende no Brasil o grupo yankee Time-Life), que, não por acaso, foi o sustentáculo cultural do regime gorila e fascista de 1964.

E, para coroar a situação, não falta nem o “partido único”. Com exceção do PSOL, PSTU e PCB (dos três apenas o primeiro possui alguns parlamentares no Congresso Nacional), “todos” os demais partidos, burgueses ou pretensamente socialistas, governistas ou pretensamente oposicionistas, idolatram e apóiam os projetos do Inácio, sob o incentivo convincente dos mensalões ou empregos no governo!

Enquanto isto, banqueiros nacionais ou associados Lula, o Duce caipira(a maioria) aos grandes grupos financeiros mundiais curtem a maior farra de agiotagem da História do Brasil, e negros famintos, no Haiti, conhecem o poder da repressão das armas do imperialismo brasileiro de empréstimo, que lá faz o serviço sujo para o fascista “republicano” George Bush”‘ (o que tem medo de “Bin Laden” de brincadeirinha)!

Vigora ainda a Constituição de 1988. Mas cabe perguntar, diante dos fatos: estamos ou não em uma ditadura fascista?

Ubirajara Passos

3 comentários em “O BRASIL FASCISTA DO LULA

  1. Victor disse:

    Texto infeliz.
    Generalizar a História não é saudável, companheiro.
    Reveja suas comparações, estamos longe do fascismo. Temos muito a melhorar, mas a melhora começa em cada um, não no governo.

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    • Realmente. A analogia não foi muito feliz. Afinal, o fascismo clássico, pelo seu caráter explicitamente opressor e autoritário, ainda guarda a possibilidade de suscitar a contrariedade e a rebeldia dos que sofrem sob o seu tacão. Já o sutil regime luliano, travestido de democracia assistencialista, envolve as próprias vítimas num tal deslumbramento e convicção que é mais fácil se livrar de aperto de gibóia do que revoltar-se contra ele.

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  2. O seu artigo é de uma mediocridade sem precedentes ao fazer comparações que até o Plínio Salgado morreria de rir. Falta de assunto , camarada? O integralismo sendo da extrema direita e composta na sua maioria por imigrantes italianos ainda existe. Isso é que é pouca vergonha.
    Chega-se na Itália e ainda sentimos nas relações uma apatia grotesca com os brasileiros. O Estado fascista naquela zona do Adriático persiste e os ricos vivem em Veneza.Tenho uma filha lá há 15 anos que me que o Estado está sempre acima do aspecto individual das pessoas.

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