A BÍBLIA DO PERUCA: Law Moisés Peruca , a Pirâmide e a Dinastia – 1.ª parte


Law Moisés, como era Peruca, babava, os olhos semi-cerrados, de cócoras no cume do Monte Sinai, enquanto as cabritas de seu sogro  faziam a maior orgia com os bodes pretos descendentes da raça híbrida criada na arca de Noé Gugu, quando se ergeu sobressaltado, os olhos esbugalhados e a boca definitivamente escancarada, a escorrer um mar de baba que acabou por inundar toda a península e o extremo norte do Egito, numa enchente fora de tempo que emputeceu o faraó Rançós II, da tribo invasora dos gugus.

Um estrondo de trombetas pior que show de rock cocainado havia estourado sobre suas guampas e, do meio da garrafa de aguardente que trazia consigo, jogada sobre a terra de areia do morro, já consumida pela metade pelo “sedento pastor”, ouviu uma estridente voz que lhe dizia:

– Moisés Peruca, seu tonto! Este negócio de golpe do baú não tá com nada! Há sete anos tu te fodes pastoreando as cabritas de Lambão, na esperança de que ele que morra e suas duas filhas horrorosas, com que te casastes (e só consegues fuder, a muito custo, ingerindo aquela garrafada de cachaça com extrato de bagos de bode), herdem a fortuna do velho canguinha! Mas eu te advirto, ó descendente de Adão Peruca e Sem Peruca! Só eu posso revelar-te o verdadeiro caminho para a fortuna! E ele passa pelo faraó Gugu Rançós, que está a me dever os meus deizinhos, isto é, o dízimo de adoração e adotou outros deuses e outros compromissos!

DIABO KADÚCIFER

– Hã, mas que negócio é este? Meu sogro chama “Jertro” e só tenho uma mulher, a Serforela… Faz sete anos que eu fugi do Egito, porque aquele faraó desvairado me prometeu uma fortuna se eu convencesse os meus irmãos perucas a construir voluntariamente (em troca de água e pão seco) sua pirâmide. E eu me empenhei violentamente! Arregimentei dezenas que convenceram e enrolaram milhares, e depois que esta multidão toda acabou se fudendo escravizada, arrastando pedras sobre o lombo, enquanto o faraó lucra zilhões, superfaturando os tributos cobrados de seus súditos, em conluio com o empreiteiro da obra, ele me expulsou a relho, com a desculpa que eu havia tentado lhe comer o cu! O que eu vou ganhar voltando lá?

– Desculpe, é que também sou Peruca, já estava te confundindo com o teu tataravô Jacó, aquele que enfrentou a facão um anjo traveco, nos degraus da escada do céu. Mas, pelo que sei, tu és como ele, queres dar o golpe do baú também, neste teu sogro árabe… Bom, voltando ao que interessa: ganharás moedas de “dez” talentos de ouro tão numerosas como as estrelas do céu. Mas para isto é preciso que constranjas o faraó a largar deste negócio de pirâmide,voltando a aplicar os recursos do tesouro público na oferenda do meu dízimo e submetas os seus escravos teus irmãos ao poder da minha divina Dinastia, crendo em mim e me honrando também com seu tributo!

– Sim, mas a família dos Perucas é muito grande e teimosa. Como é que vou meter nestas cabeças duras esta história de largar da pirâmide e entrar nesta onda da tua tal “dinastia”? Prefiro continuar criando cabras!

– Peruca, teu apelido não é Law por acaso! Não te esqueças que tentaste lograr o faraó com a tua lábia! E por isto ele te mandou pastar no deserto do Sinai! Se não fizeres pelo menos quatro (que é o número correspondente a tua inteligência de quadrúpede) acreditarem em mim, podes ter certeza que arderás nas chamas do inferno! Mas se os 4 acreditarem e fizerem, cada um, outros quatro se postarem de quatro perante minha celestial figura, te tornarás um discípulo de deus “deita rede” e te  garantirei um lugar melhor no céu! E se outros tantos por quatro se multiplicarem, quando estiveres na terra do Egito, lá eu te contarei um segredo que vai te enriquecer! E serás, então, meu “Homini Sacus”, o tesoureiro-mor do Senhor dos Céus! Vai! Te levanta daí, pára de babar e toma a estrada das Pirâmides, que estás muito lerdo e o Faraó Gugu Rançós II te espera, porque já mandei avisá-lo por um sonho que tu lhe aparecerás com poderes e darás um jeito na enchente da tua baba que devasta o Egito!

Law Moisés Peruca, levantou-se tropeçando e saiu corcoveando e relinchando como um louco em direção ao poente, coiceando volta e meia um bode que outro, que, despertado pelo seu tropel, queria lhe montar no lombo!

O que ele não sabia é que a voz da garrafa não era de Deus Peruca, mas de Kadúcifer, o líder dos anjos rebelados que havia se tornado um “demônio” na arte da dissimulação e do 171, e estava a fim de divertir-se um tanto à custa do pastor burro, pingunço e metido a esperto!

Ubirajara Passos

4 comentários em “A BÍBLIA DO PERUCA: Law Moisés Peruca , a Pirâmide e a Dinastia – 1.ª parte

  1. Cavanha disse:

    Vamo lá Bira! Já é domingo e nada da 2ª parte da Bíblia do Peruca!

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    • Peço paciência aos leitores afoitos! Neste fim de semana fui completamente possuído pelo “Espírito Santo Peruca”, que, ao invés de me aparecer numa garrafa de cachaça, me jogou direto dentro de uma de vinho… Isto nas horas vagas, pois nas “inúteis horas do dia” dou assistência a uma anjo sem asas que ensaia seus primeiros passos solitário… minha filhinha Isadora! Aguardem que o Moisés Peruca vem aí!

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  2. CARLOS disse:

    QUAL A LIGAÇAO DESSA HISTORIA COM A EMPRESA DINASTIA SOLUÇOES FINANCEIRAS?

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    • Meu caro Carlos: a empresa Dinastia Soluções Financeiras, infelizmente, ainda não existia naquela época. Mas, conforme antiquíssimos códices preservados a “quatro patas” pela família Peruca, através dos milênios, parece que algum dos fundadores, ou pelo menos colaboradores, do referido empreendimento seriam descendentes do estranho diabo Kaducífer, que, segundo alguns defensores da Teoria dos Alienígenas presentes no passado da humanidade, radicados em Gravataí, tal entidade seria na verdade um visitante de distantes galáxias, que trouxe, já naquela remota data, para a Terra, a mais nova tecnologia de empreendimentos empresariais que andava a mil pelo seu planeta. A verdade concreta, entretanto, só o diabo sabe!

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